O caso do jogador Neymar, que xingou o técnico Dorival Jr. após o treinador ter ordenado que outro jogador cobrasse um pênalti, na vitória do Santos sobre o Atlético Goianiense, foi só mais um caso de rebeldia dos "craques" brasileiros. E, somente agora, as pessoas estão começando a cobrar uma postura mais séria da grande revelação santista.
Acho certo que a diretoria tenha multado o jogador, assim como acho certo que a imprensa cobre uma postura mais profissional do atleta, mas será que o Neymar é o único culpado?
Não é de hoje que os grandes ídolos fazem o que querem atuando por seus clubes, no futebol brasileiro. E a culpa disso é dos jogadores ou das diretorias omissas, que permitem que seus atletas mais renomados façam o que bem entenderem?
Me lembro de uma entrevista em que o meio-campo Kaká, conversando com Galvão Bueno, revelou que nunca teve a oportunidade de esquiar em Madonna di Campiglio, famosa estação de esqui italiana, por um único motivo: seu contrato com o Milan não permite quaisquer atividades que coloquem em risco sua integridade física. Nem andar de moto é permitido ao jogador dos grandes clubes europeus.
No Brasil, coincidentemente, o atacante Adriano, por exemplo, se tornou, eu diria, azarado. Não que ele tenha deixado de treinar por queimar o pé no escapamento de uma moto, de forma alguma. O azar de Adriano no Brasil foi tão grande que ele queimou o pé em uma lâmpada.
Coitado do Adriano! É muito normal queimar o pé em uma lâmpada! Quem não conhece alguém que nunca queimou o pé em uma lâmpada? Já no escapamento de uma moto...
Mas o caso de Adriano não é único. Não é de hoje que os craques são intocáveis. Romário, por exemplo, sempre teve sua "janelinha" assegurada em qualquer clube brasileiro pelo qual tenha atuado. O baixinho mesmo nunca fez muita questão de esconder que tinha regalias.
E o pior é que o Neymar não é nenhum Romário. Na verdade, o Neymar não é nem, eu diria, um Adriano. Ainda assim, no Santos de Pelé, simplesmente o maior jogador de todos os tempos, Neymar já começa a se considerar acima do bem e do mal. Neymar já começa a achar que tem o direito de questionar decisões, xingar o treinador e fazer o que bem entende.
Isso me lembrou até uma postagem do site Kibe Loco...